A Osteoporose é uma doença caracterizada por deterioração da qualidade óssea, ocasionando maior risco de fratura espontânea ou ao mínimo trauma.
É uma doença silenciosa até que ocorram fraturas, as quais incapacitam e acarretam em importante redução da qualidade de vida. Acomete principalmente os ossos da coluna, fêmur/quadril e punho. É uma doença bastante comum, que afeta cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com mais de 50 anos. Estima-se que afete mais de 200 milhões de pessoas no mundo e mais de 15 milhões de pessoas no brasil.
Aproximadamente 30% destas pessoas apresentaram alguma fratura; 5% dos indivíduos que apresentam fratura de quadril morrem durante a internação hospitalar, 12% nos 3 meses subsequentes e 20% no ano seguinte ao da fratura.
Além disso, após 1 ano de uma fratura de quadril, 40% dos sobreviventes passam a deambular apenas com ajuda, e 80% ficam impossibilitados de realizar pelo menos uma atividade de vida diária de modo independente.
De modo semelhante, fraturas vertebrais causam perda de estatura, dores crônicas, aumento do risco de quedas, problemas pulmonares, distúrbios do sono, depressão e demência prejudicando de modo acentuado a qualidade de vida.
Quem deve ser investigado?
Os fatores de risco devem ser avaliados com o objetivo de identificar causas modificáveis (as quais podemos tratar ou prevenir) a fim de se estimar o risco de ter uma fratura no futuro. Dentre as de maior destaque estão: as mulheres pós-menopausa, principalmente com baixo peso e sedentárias, mas também pessoas com doenças crônicas como diabetes mellitus, doença renal crônica, doenças reumáticas, hipotireoidismo, tabagismo e etilismo.
Também de fundamental importância, estão as mulheres com “menopausa cedo/precoce”, definidas pela parada de menstruação antes dos 45 anos, bem como homens ou mulheres com com alguma deficiência hormonal importante.
Neste grupo deve-se realizar busca ativa, com a realização de exames para avaliação e diagnóstico precoce, bem como acompanhamento mais próximo.
Como diagnosticar?
O diagnóstico na maioria das vezes é realizado mediante a realização de uma Densitometria Óssea avaliada junto aos fatores de risco apresentados pelo paciente. Em algumas situações também pode ser diagnosticado apenas pelo raio x evidenciando alguma “fratura por fragilidade” no qual, infelizmente já denota doença bastante avançada.
Esta avaliação, deve ser realizada, preferencialmente, por um profissional habilitado, visto que o laudo isolado muitas vezes não dimensiona o risco.
Qual a importância deste diagnóstico?
A importância está meramente no fato de estimar o risco de uma fratura por um osso frágil. Nesta sinonímia, a denotação de osteopenia na densitometria (DMO) pode ser avaliada com baixo rIsco de fratura, no entanto, a depender dos fatores de risco e avaliação global do paciente onde se inclui a associação de comorbidades e a idade, esta pessoa pode ser classificada, na verdade, com um alto risco de fratura.
De modo complementar o paciente avaliado com portador de osteoporose na DMO, já apresenta maior risco de fratura e pode ser reclassificado como muito alto risco de fratura.
Por fim, esta classificação vai definir qual tratamento mais adequado à pessoa.
Como prevenir?
Algumas medidas servem como prevenção e devem ser instituídas mesmo antes da osteopenia e são fundamentais o quanto antes iniciadas. De igual forma, mesmo em pessoas com diagnóstico já estabelecido, também se aplicam.
São estas:
- Medidas básicas diárias como manter-se ativo (realizar caminhadas, mesmo que curtas)
- Ter um boa ingesta de cálcio (principalmente ingestão de derivados do leite) e uma boa reserva e manutenção de vitamina D, são de fundamental importância).
Pensando na melhor forma de tratar os paciente a ABRASSO (Associação Brasileira para Avaliação Óssea e Osteometabolismo), associação esta que reúne profissionais de múltiplas especialidades, adotou o lema deste ano: “Exercite-se: Ossos e músculos fortes para uma vida independente!” na qual pontua algumas dicas:
1- Exercício de sustentação de peso como agachamento, flexão de braços e de fortalecimento muscular (resistência), como pilates e musculação, servem para aumentar a força óssea e muscular.
2- Caminhadas, alongamentos e alguns exercícios treinam equilíbrio e postura, o que pode ajudar a evitar quedas, além de contribuir para a saúde da coluna vertebral.
3- Exercícios aeróbicos como bicicleta e pular corda são importantes e complementares aos exercícios de força (musculação).
E, por fim, como tratar?
O tratamento se inicia com medidas preventivas a todos. Aqueles com alguma impossibilidade na ingesta de “cálcio pela alimentação” e Osteopenia além daqueles com Osteoporose devem realizar suplementação medicamentosa de cálcio e manutenção de vitamina D adequada.
Se osteoporose deve utilizar terapia específica medicamentosa para evitar maior desgaste ósseo e a depender do risco de fratura, devem realizar medicações para formação óssea (medicações mais potentes que, conforme indicação, possuem distribuição pelo sistema público).
Por fim, osteoporose representa um grande risco e é uma doença óssea principalmente de idosos e pacientes com doenças crônicas, que pode ser prevenido, retardado e tratado através de medidas simples como manter-se ativo e adequação de hábitos de vida além de medicações acessíveis.