Dia Mundial do Diabetes

“Educação para proteger o amanhã: saiba o seu risco e construa um futuro saudável”. 

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e a organização Mundial de Saúde (OMS) em resposta à preocupação com o crescente número de casos de diabetes no mundo, mas apenas em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU), consolidou o dia 14 de novembro como dia Mundial do Diabetes, com o objetivo de enfatizar a característica epidêmica e impacto social e econômico.

O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick Banting, um dos descobridores da insulina em 1921. Alguns objetivos da campanha do dia mundial do diabetes tem como foco alertar para o impacto do diabetes, estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado. É de conhecimento público que o mau gerenciamento da doença, seja por falta de educação em diabetes, acesso limitado a cuidados ou condições não diagnosticadas, resulta em complicações devastadoras e incapacitantes. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a falta de conhecimento sobre a doença afeta toda a população. Isso porque os sintomas da diabetes, muitas vezes, passam despercebidos ou possuem sinais leves (estima-se que 50% dos pacientes que atualmente vivem com diabetes não são diagnosticados). Deixado sem tratamento ou sem controle, o diabetes pode levar a complicações que mudam a vida: incluindo cegueira, amputação de membros (principalmente dos dedos dos pés), insuficiência renal (levando em boa parte dos casos a necessidade de “diálise renal” – terapia que leva a pessoa a depender de uma máquina para realizar a função exercida pelos rins), disfunções do coração (a exemplo de insuficiência cardíaca – condição desastrosa, que leva a pessoa a importante limitação de atividades rotineiras diária e de trabalho), bem como doença cérebro-vascular (“derrame cerebral”). Estima-se, cerca de, 470 milhões de diabéticos no mundo (9,5% da população adulta), e esse número poderá chegar a 580 milhões em 2030. 

No Brasil, o Diabetes atinge 16,8 milhões de pessoas, tendo um aumento de mais de 60%, na última década. O maior responsável por esta pandemia é o estilo de vida moderno. O consumo diário e excessivo de açúcares/ carboidratos está relacionado com o maior risco de Diabetes (mesmo sem o paciente ganhar peso) e tem ocorrido desde a infância. Isto é observado pelo aumento do Sobrepeso de 16% para 50% nos últimos 30 anos. 

SINTOMAS 

Nas fases iniciais da doença (5 a 10 anos do desenvolvimento), até 50% das pessoas diabéticas desconhecem tê-la, pois, na maioria das vezes, ela é pouco sintomática. Quando presentes, os sintomas mais frequentes são sede aumentada, urinar excessivo e com uma característica de múltiplas micções noturnas, turvação visual, cansaço, perda de peso inexplicado e infecções frequentes. 

CONSEQUÊNCIAS

O risco de doenças do coração, cérebro e vasos periféricos é 5 vezes maior em relação àqueles sem diabetes. Estas complicações são responsáveis por grande parte dos pacientes em diálise (acomete de 20 a 40% dos diabéticos) e representa sozinha, 5,2% das causas de morte no país. Tem havido aumento significativo destas complicações com o passar dos anos e este aumento pode ser explicado em razão da demora diagnóstica, do não acompanhamento adequado, da falta de acesso ao sistema de saúde e das novas terapias. 

PREVENÇÃO E TRATAMENTO 

A boa notícia fica por conta de que medidas baseadas em adequação de hábitos de vida/mudança do estilo de vida (MEV), representada por alimentação adequada e atividade física regular são capazes de reduzir em 58% o risco de pessoas com glicose pouco alterada (pré- diabetes). 

Quanto a atividade física tem se estimulado, o que se define como, “sair do sedentarismo”, que nada mais é que realizar ao menos 3h de atividade física programada (caminhada, academia, dança, natação ou qualquer outro exercício onde a pessoas reserve o tempo para praticá-lo), além das atividades laborais (da rotina do dia-a-dia). Quanto aos hábitos alimentares, as diretrizes para nutrição em diabetes orientam que a alimentação de toda a população, com ou sem diabetes, deve ser baseada em alimentos in natura (frutas, verduras, legumes e carnes) e produtos minimamente processados (arroz, feijão), limitando o consumo de alimentos processados (geleia, atum enlatado, queijo) e evitando alimentos ultraprocessados (sorvetes, barra de cereal, macarrão instantâneo). 

Conclusão

Estudos recentes indicam que a redução e peso de 5% como um fator importante para o controle de alterações metabólicas e uma redução de mais de 10% do peso corporal tem uma correlação forte com remissão do pré e, até mesmo, do diabetes já instalado. 

Múltiplos estudos atuais têm reforçado a importância do controle de peso e o fator mais importante nisso é a adequação de hábitos. Aliado às medidas farmacológicas e acompanhamento por profissionais capacitados (médicos, enfermeiros, educadores físicos, nutricionistas), conseguimos prover uma saúde semelhante aos não-diabéticos e assim evitar as complicações. 

Para isso, o APRENDIZADO SOBRE DIABETES E PRINCIPALMENTE SOBRE OS CUIDADOS QUE O DIABÉTICO DEVE TER são fundamentais. Nesse ponto a EDUCAÇÃO SOBRE O DIABETES é de extrema importância, pois SABENDO OS RISCOS PODEREMOS CONSTRUIR UM FUTURO SAUDÁVEL pois poderemos realizar a promoção a saúde evitando complicações e promovendo assim anos de vida saudável e produtivos. 

João Batista J Ben, médico Endocrinologista CRM 32777 / QRE

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